Páginas

sexta-feira, 26 de junho de 2009

"Eu prefiro as meninas..."

Calma, pessoal! Explico...
De uns tempos prá cá, começaram a pulular pela mídia em geral seriados sobre a vida moderna, a família na atualidade e, consequentemente, a orientação sexual diferenciada de parcela (combinemos que significativa) da população mundial. Isso é maravilhosamente transgressor e dinâmico, ao mesmo tempo em que se mostra plenamente aceitável e contemporâneo; além de politicamente correto etc...

Porém, para meu gosto pessoal, algo me intrigou. Que me lembre, há um certo tempo posso me dizer assumidamente gay e sempre gostei de qualquer meio que mostrasse essa direção nas artes; porém tenho notado que boa parte das produções gays com personagens masculinos são tão boçais... a maioria dos caras é "afetada" e frívola. Pouquíssimos me interessam, e em geral os gays masculinos são melhor abordados em comédias, onde a metralhadora verborrágica do universo gays se mostra mais eficaz. Dos seriados dramáticos que vi, fora aqueles baseados em peças e documentários; somente "Queer as Folk" pareceu-me mais plausível. Nota, o 'QAF' INGLÊS! O americano... bem... o americano... ah! Deixa prá lá!..
Porém, dos EUA veio o seriado que eu acredito ser paradigmal para toda e qualquer produção que queira expor a vida e cultura gay para o grande público: "The L Word"! São lindas todas as nuances dos relacionamentos lésbicos mostrados no seriado. Sempre que posso, não perco um capítulo!
E realmente não sei porque o material/conetúdo lésbico cada vez mais me atrai. Talvez por as mulheres sempre terem lidado melhor com emoção e estarem viabilizando a razão com esse tato e visão mais ternos?.. Por pouquíssimo ter se mostrado esse tipo de relacionamento e agora parecer uma descobertta fantástica?.. Sei lá! Mas fato; para mim, qualquer conteúdo lésbico está cada vez mais parecendo atraente. E muito!
Bom, isso tudo foi para abrir texto sobre uma última descoberta que tive ao pesquisar pela net; o média metragem "O Móbile - admiração". É um filme que pode ser tanto visto quanto baixado e, como previsto por este extenso prefácio, de conteúdo lésbico.
O que me chama mais atenção é o fato de ser muito bem acabado e de ser uma produção nacional independente (e com isso, já fazer parte da minha cartela de preferências).
A história do casal Bárbara e Nina (Stefane Ribeiro e Nadja Dulce respectivamente, em interpretações corretas e tocantes) é o mote para um grande questionamento: para realização pessoal é preferível entregar-se a um grande amor ou perseguir seus sonhos profissionais?.. Brilhantemente desenvolvido pela diretora Lilian Werneck (de quem sou fã n° 1 a partir de agora), "O Mobile" é uma produção que deve ser vista por todos. Ou, pelo menos, por quem gosta de ver um filme realmente bom!
A distribuição online, em Creative Commons, é um chamariz à parte; pois pode-se baixá-lo e até promover-se a visualização do filme, desde que devidamente creditado, conforme descreve-se no site do filme (autoria e o nome das atrizes e desde que seu conteúdo não seja modificado).
Recomendo a todos; sejam gays (ou não), lésbicas (ou não) ou, simplesmente, admiradores da boa arte indie!